terça-feira, 23 de novembro de 2010

Brasil, mostra a tua cara!



Fonte: Jony Cunha

Em todo o tempo ouvimos discursos predefinidos sobre o Brasil, muitas vezes nos trazendo uma concepção de “pais dos sonhos”. Talvez pelos habilidosos jogadores de futebol e as calorosas torcidas, outras pelo ritmo quente inexistente em qualquer outro pais: o Carnaval, onde mulher desfilam seminuas com seus corpos artificiais ou pelas belas paisagens litorâneas, que são privilegio do brasileiro.
Ouvimos também os comentários do nosso pais pela maravilhosa gastronomia. Mas não ouvimos elogios sobre os direitos de todo cidadão. “Direito a um teto, à comida, à educação, a preteção contra o frio, à chuva, as intempéries, direito ao trabalho,à justiça, à liberdade e a uma existência digna.” (p.7)
Será que não temos sido exemplo nesses aspectos para o resto do mundo?
            Não precisamos ir tão longe para constatar que todos esses direitos só estão estampados em papeis. Qual o significado da palavra cidadão? Milton Santos também traz um relato extremamente verdadeira, que diz "quantos habitantes, no Brasil, são cidadãos? Quantos nem sequer sabem que não o são?" (p.7)
Vivemos num mundo desigual, reproduzindo um sistema explorador, onde visa o lucro diante de toda e qualquer situação.
"Em um lugar de cidadão formou-se consumidor, que aceita ser chamado de usuário"(p.13)
O sistema fez com que estatus, dinheiro, roupas de grife, carros e aparelhos de ultima geração se sobressaisse aos direitos sitados acima.
Enquanto a gente esbanja nosso salário do final do mês em diversos objetos desnecessários, quantos não tem ao menos o que comer? Ou o que vestir?
Agora, fazer discursos como aqueles que tem uma outra visão do Brasil é fácil, o difícil é mudar uma situação que vem sendo construída a séculos.
"O espaço vivido consagra desigualdades e injustiças e termina por ser, em sua maior parte, um espaço sem cidadãos"
E eu pergunto, de quem é dever de garantir os direitos do cidadão? Eu sozinha não vou mudar a situação de milhares de pessoas que passam fome.
Tá na hora do governo se manifestar a favor dos necessitados. Um "bolsa família" não assegura todos os direitos citados no começo. É necessário mudança. É necessário enxergar o próximo com respeito e colocá-lo no seu devido lugar.


Autora: Laís Souza

Referencias: SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1926.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"O mundo global visto do lado de cá" - Uma reflexão

Assistindo ao documentário "O mundo global visto do lado de cá" de Milton Santos; paramos para analisar e refletir tudo que passamos, vivemos e diante do que iremos viver. Descobrimos a globalização visto do lado de cá, é impressionante como tudo de repente passa diante de nossos olhos e nada vemos ou fazemos.
A colonização acabou com o verdadeiro Brasil. Ainda hoje é assim, o que estamos fazendo com nossos índios, onde eles estão?
O capitalismo consome nosso país, invede nossos lares e nós "pobres mortais" reproduzimos o sistema do qual somos vítimas. Temos nossos carros, nossa casa está cheia de produtos de ultima geração, nosso guarda roupa está cheio de roupas, nossa geladeira está cheia de comida e a nossa vida vai sossegada ... a que custo temos tudo isso??? Eu como, você come e quantos morrem de fome? Dentro deste país imenso, quantos tem direito a dignidade?
Não preciso ir muito longe pra ver, da janela da minha casa consigo ver essa desigualdade.


Acervo Pessoal - Fernanda

Essas imagens é o que vejo todo dia, talvez das outras vezes passou despercebida. Mas após o documentário vejo com outros olhos.
Essas casas estão abaixo de um aterro sanitário (lixão), muitas famílias vivem neste local, quando chove o lixo desce. Não sei quantas famílias vivem ai, vejo que eles tem criação de porcos, cavalos, galinhas. Talvez sobrevivam da catação de materiais recolhidos no lixão e vendidos para reciclagem.
A exploração da mão de obra limita-os a viverem nesta situação, a falta de oportunidade e a desigualdade deu lhes essa única opção de moradia.
Talvez a possibilidade de mudanças traga-lhes esperança. Mas nesta sociedade que se acomoda diante dos acontecimentos, quando faremos história? Quando países como o nosso se erguerão diantes das grandes potências e dirão: "-Ei estamos aqui, nós existimos e queremos o direito a dignidade!".
As grande potências estão longe, mas nossos irmãos estão aqui, às vezes, bem perto, o que faremos pra ajudar? Esmolas não bastam, piedade não resolve, o que resolverá?
Acervo Pessoal - Fernanda
"ESPERANÇA". E nós, futuros educadores, podemos plantar uma sementinha em cada criança que passar por nossas mãos, tornando-os seres humanos criticos e conscientes.
Podemos até parecermos pretensiosas, mas, enquanto houver esperança, haverá uma chance de mudanças. Milton Santos tinha esperança de ver uma nova globalização e para finalizar deixaremos uma frase de Paulo Freire que também lutou por uma sociedade mais justa e digna:
"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".
(fonte:www.fraseseproverbios.com)
Autoras: Ana Carolina Magro, Carla Egami, Laís Souza, Ligia Cazetta e Fernanda Mendes.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Palavra Cantada

(fonte: www.hsbcbrasil.com.br/shows_detalhes.asp?ID=132)


Em São Paulo há muitas palavras,
e a palavra que aqui quero deixar,
é a Palavra Cantada.
Palavra embalada num canto qualquer desse chão.

Um dia por esta São Paulo,
o sol, finalmente, depois de um inverno
longo e frio,
brilhava alegre no céu,
resolvi pegar minha bicicleta e pedalar,
quando pedalo, pedalo,
eu quase não falo,
o silêncio é o começo do papo.

Começo a olhar o céu,
lá, lá, lá, lá vai borboleta!
Natureza é vida,
vida que há em nós,
que há em nossos pais e nossos avós.

Pedalei mais um pouco
e a beira do lago do Ibirapuera,
resolvi descansar.
Se a água é do mar,
a lua é que atrai,
na onda vai e vem,
no rio ela só vai
e quando chega em mim
me sinto muito bem,
eu quase viro peixe
e vou nadar também.

Mas logo paro de sonhar,
volto a realidade da minha cidade,
cidade onde todos os adultos lutam
pra vencer e ter acesso ao mundo
e eu queria ao menos aqui ver,
que criança não trabalha,
criança dá trabalho.
E chegaram as criancinhas
dos reinos para brincar.

Ai me recordei que
no entanto falta,
ter um sujeito
pra ter afeto.

Afeto por todos e para todos,
porque,
no passado e no presente
a fome é descontente.

E nessa vida tem:
brincadeira, choradeira
pra quem vive uma vida inteira.
Mentirinha, falsidade
pra quem vive só pela metade.

A lua chegou lá no céu
e o meu passeio chegou ao fim.
Não me leve ao pé da letra,
essa história não tem pé nem cabeça,
e assim aconteceu o que eu
acabei de contar,
se gostaram muito bem,
se não gostaram ... azar!!!!!

(texto feito com trechos das músicas do grupo Palavra Cantada)

Autora: Fernanda Mendes

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um pedacinho da nossa história!


Como sabemos a origem da literatura de cordel é uma incógnita, encontramos pessoas que dizem ter vindo de Portugal e outras que defendem sua origem no Nordeste, seja lá de onde for, o cordel é um tipo de poesia popular, escrito em rimas e exposto para venda pendurado em barbantes e carregados de emoções.
Sendo assim, gostaria de compartilhar com todos, este belo Cordel que descreve de maneira simples e apaixonante a história da cidade de São Paulo.


Cordel: HISTÓRIA DE CIDADE DE SÃO PAULO

Vou contar no meu cordel
De uma forma tão bacana
Vou rimar cada palavra
Como quem brinca gincana
Pra mostrar como nasceu
Nossa terra paulistana.

Disse um padre Jesuíta
De uma forma planejada:
- Vamos lá nessa cidade
Ensinar bíblia sagrada!
Pois a fé católica deve
Seguir sua caminhada.

A missão dos Jesuítas
Era de catequizar
E os padres obrigavam
Muitos índios a rezar
Todo mundo já conhece
Onde isso foi parar.

Atrás do ouro vieram
As “bandeiras” num instante
E São Paulo transformou-se
Em um centro importante
Muita gente em sofrimento
Poucos com o “diamante”.

O interior paulista
Com a terra muito viva
Deixou nossa capital
Muito forte e bem ativa
Foi aberto o espaço
Para a locomotiva.

Depois do trem, as estradas
Um progresso que emana
Muito milho e mandioca
Nessa terra paulistana
Mas o que domina mesmo
É a cultura da cana.

Pelo vício do açúcar
Que abraçou o pessoal
Fez com que os fazendeiros
Procurassem outro local
Saíssem do interior
Pra morar na capital.

Então nossa capital
Foi ficando recheada
Com os ricos fazendeiros
E a alma endinheirada
Sempre, sempre foi crescendo
Nossa terra abençoada.

Chegam ricos e operários
Todos eles importantes
Chegam sábios e filósofos
Com saberes tão gigantes
Estrangeiros, artesãos
E também comerciantes.

E São Paulo foi crescendo
Toda noite todo dia
Um povo que só trabalha
Seo José, dona Maria
Mesmo com a crise brava
Nunca faltou a alegria.

Muitos raças já vieram
Do norte ao sul do país
Pernambuco, Paraíba
Uma gente de raiz
Tem também gente do sul
O que importa é ser feliz.

Tem mineiro e tem baiano
Tem quem veio de Natal
Tem quem é do interior
Tem quem é do litoral
Todos foram e são bem vindos
Nesta linda capital.

E São Paulo recebeu
Imigrantes portugueses
Com os braços bem abertos
Recebeu os japoneses
E os sírios, coreanos
E também os libaneses.

E São Paulo até hoje
Nunca pára de crescer
É cidade gigantesca
Produtiva pra valer
Nesta terra de concreto
Tudo pode acontecer.

Aqui temos miseráreis
Aqui falta até comida
Aqui temos mil ladrões
Temos gente esquecida
A cidade tão gigante
Que parece estar perdida.

Mas não perco minha fé
Sei que tudo vai mudar
Sei que o pobre vai comer
A miséria acabar
E é isso que me ajuda
Todo dia caminhar.

Sei que aqui falta comida
Para a boca da criança
Sei que aqui falta emprego
E a sujeira só avança
Sei que faltam muitas coisas
Só não falta a esperança.

De um povo que trabalha
Com suor bom do seu rosto
Seja o dia ou seja a noite
Todo povo está disposto
Seja o rico ou seja pobre
São Paulo só nos dá gosto.

É cidade dos artistas
É cidade da cultura
É cidade do cinema
É cidade da bravura
É cidade onde o poeta
Constrói sua literatura.

Cidade dos nordestinos
Que saíram do sertão
Cidade onde o imigrante
Entregou seu coração
Onde cruza a Ipiranga
Com a bela São João.

É cidade são Matheus
É cidade Itaquera
Cidade praça da Sé
Onde o povo se aglomera
É cidade onde o real
Se transforma em quimera.

Olha gente eu falaria
Até o findar do ano
Sobre essa linda cidade
E eu não faria engano
Que falei emocionado
Porque sou um paulistano.

Para o povo de São Paulo
Mando minha poesia
São estrofes de cordel
Que eu fiz com alegria
Mas agora eu vou embora
Mas retorno noutra hora
Adeus, até outro dia.

(Autor Desconhecido)
Fonte:www.teatrodecordel.com.br/cordel_historia_sao_paulo.htm

Autora: Ligia Cazetta

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um Samba No Bexiga - Adoniran Barbosa

(fonte:www.youtube.com/watch?v=n7bcoC847ls)

Trago para vocês uma das muitas composições de Adoniran, esssa em especial fala do seu querido Bixiga; a canção mostra seu lado bohemio, descreve os seus passos pelo bairro é quase como se estivessemos andando por lá .......

Um Samba No Bexiga
Adoniran Barbosa

Domingo nós fumo num samba no bexiga
Na rua major, na casa do nicola
A mesa não deu conta
Saiu uma baita duma briga
Era só pizza que avuava junto com as braxola

Nóis era estranho no lugar
E não quisemo se meter
Não fumos lá pra briga, nós fumo lá pra come
Na hora "h" se enfiemo de baixo da mesa
Fiquemo ali, que beleza vendo a nicola briga
Dali a pouco escutemo a patrulha chegá
E o sargento oliveira falá

Num tem importância
Foi chamada as ambulância
Carma pessoal,
A situação aqui está muito cínica
Os mais pior vai pras clínica

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um pedacinho de São Paulo e sua história

Como nasceu o bairro do "Bexiga" O primeiro registro que se tem desta área é por volta de 1559, chamava-se Sitio Capão, era propriedade do português Antônio Pinto.
Em 1820 o sitio foi vendido a um homem conhecido como Antônio Bexiga, tinha esse apelido por causa das suas cicatrizes de varíola, doença popularmente conhecida como bexiga. O lugar passou a chamar-se Chácara do Bexiga ( dai a explicação para como é conhecido o bairro hoje, já que para Prefeitura o bairro chama-se oficialmente Bela Vista ).
Vale a pena destacar, que para alguns historiadores esta região era habitada por escravos fugidos e quilombolas.
Em 1878 a Chácara foi dividida em loteamentos e fundada ali, com a presença de Dom Pedro II, a pedra fundamental de um hospital ( que jamais foi construido ). Estes lotes eram pequenos, baratos e próximo ao centro, por isso, eram perfeitos para os imigrantes italianos, que haviam acabado de chegar ao Brasil sem muitas posses. A maior parte desses lotes foram compradas por eles criando assim uma "colônia" italiana, conseguiram assim manter muitas de suas tradições, costumes e cultura. Embora tivessem recebido grande influência dos negros ( que foram libertados em 1888 ) e dos portugueses que também viviam ali e nos arredores.
A influência desses povos é vista ainda no bairro.

E o Bixiga de hoje, como é?

É isso mesmo que vocês notaram, "Bixiga" agora é escrito assim, para diferenciar o nome do bairro a terrível doença que muitos matou.
A cultura italiana ainda é muito marcante no bairro, há muitas cantinas, pizzarias, o Museu da Culinária e Cultura Italiana, a Paróquia de Nossa Senhora Achiropita, a festa em sua homenagem e a Casa Dom Orione ... vamos falar um pouco de cada uma delas:


Acervo pessoal - Fernanda
As cantinas e as Pizzarias estão muito presentes no que chamamos parte "alta" do Bixiga ( pois é a parte que fica mais alta, no início da Rua 13 de Maio próximo a Av. Brigadeiro Luís Antônio ), encontramos até uma cantina que esta em funcionamento desde 1907.


Acervo pessoal - Fernanda
A Paróquia Nossa Senhora Achiropita foi fundada por Luis Orione, nascido na Itália e que veio ao Brasil para realizar obras de caridade, foi atraido pela grande de concentração de italianos e descendentes no bairro.

Acervo Pessoal - Fernanda

A Casa Dom Orione foi criada em sua homenagem e tem atendimento assistencial para os moradores.
O bairro recebe para homenagear a Santa milhares de pessoas, que vem para festa da Paróquia e se deliciar com a culinária italiana.



Hoje no Bixiga tem samba?

- Tem sim senhor!!!!!

O antigo Centro de Documentação e Memória do Samba virou União das Escolas de Samba Paulistana ( UESP ).


Aqui tem a tradicional Escola de Samba Vai Vai. E como não poderiamos esquecer, foi aqui que Adoniran Barbosa viveu maior parte de sua vida, compondo músicas que falavam das coisas comuns de um povo feliz.

E como não poderia deixar de ser; passado e presente se encontram.

O passado se conserva na arquitetura, quase todas as casas são estruturas antigas e guardam em sua paredes a história. Hoje servem de moradias tipo "pensão" e abrigam muitas familias, mas o motivo dessas pessoas morarem ali é o mesmo do inicio, aluguel barato e é próximo ao centro.
E é no Centro da Memória que toda essa saudade fica guardada para serem relembradas.



A feirinha de antiguidades da Praça Dom Orione.



O presente mostra-se estampado nos muros, com arte; a arte do grafite.

E nessa São Paulo de tanta diversidade, encontramos também aqui, num bairro tradicional, um pouco dessa mistura ....
A Casa de Oração para todos os povos, e numa mesma casa estão na porta o Hip Hop, Dalai Lama e Bob Marley no "Tempo é Arte", todos eles pregavam e pregam a igualdade dos povos.



Hip Hop

"Entrai pela porta estreita ... porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que te conduz a perdição. E muitos são os que entram por ela ... paz, justiça e liberdade, irmão!"
( Realidade Cruel - trecho tirado da música Refém da Amnesia )

Bob Marley

"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra."

Dalai Lama

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro; esquecem do presente, de forma que acabam por não viver nem no presente, nem no futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer ... e morrem como se nunca tivessem vivido."


Mostramos aqui um pedacinho de São Paulo que é múltiplo em sua imensidade ... o Bixiga faz parte dessa imensidão, da história e de sua construção .... e para finalizar deixamos uma imagem da escadaria e da poesia em sua homenagem.



E será o que tem lá em cima, subindo a escadaria???
Essa é a parte alta do bairro, alguns dizem que antigamente fazia parte do bairro da Bela Vista e assim sendo, seria o bairro do Bixiga também. Mas ... passado o tempo, a modernidade e o luxo chegaram por ali, antigas casas foram demolidas e desapareceram, dando lugar a prédios e condomínios luxuosos. Daí então essa parte passou a ser chamada de "Morro dos Ingleses", espaço delimitado por ruas com nome de franceses, ingleses, etc.
Esse ponto da cidade é outro espaço que mostra bem a separação social de classes pelo espaço físico; do lado de cima com nome de Morro dos Ingleses está a classe privilegiada, que de vez em quando desce no bairro do Bixiga para ir as tradicionais cantinas; mas ficam pelo inicio mesmo, pois, na parte de baixo, descendo bem a rua, estão as faxineiras, empregadas domésticas, porteiros, seguranças, que trabalham nos condomínios e moram nas pensões do bairro para ficarem próximos a seu serviço.




Acervo pessoal - Fernanda
Autora: Fernanda Mendes

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Das ruas de São Paulo para as ruas do mundo



Dentro dos múltiplos olhares sobre São Paulo, não poderia deixar de falar de algo que faz parte da cultura e da vida cotidiana do paulista e seus imigrantes. Pobres ou ricos, pois está à disposição de todos.
Dentro de seus veículos pessoais ou urbanos, olhares curiosos se voltam para as mais belas exposições de artes plástica do mundo, e melhor não pagam nada.
A arte está aí para todos só. Não vê quem não quer. Só não sente quem não vive.


É impossível andar pelas ruas da capital de São Paulo e não enxergar algumas obras primas realizadas muitas vezes por autores desconhecidos.
Arte discriminadas por alguns e aplaudidas por outros, pois a linguagem é pessoal e aqueles que de fato reconhecem o surgimento de um novo artista saberá interpretar a obra de um gênio.
Estamos falando do grafite, que durante muito tempo foi visto como vandalismo, como um assunto irrelevante.
Atualmente o grafite já é considerado como uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente da arte urbana ou street art.
O artista aproveita os espaços públicos para interferir na cidade de forma intencional.
Mas para alguns, ela vista apenas como pichação que é completamente diferente desvalorizando o valor artístico do grafite.
Dentre tantos artistas que o Brasil possui iremos falar de uma dupla de irmãos que desde 1987 vêm mostrando ao mundo essa linguagem tão rica.
Os Gêmeos, como são conhecidos, cujo nomes reais são Otávio e Gustavo Pandolfo, gêmeos idênticos nascidos em 1974, formados em desenhos de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos.
Começaram a grafitar no bairro em que nasceram no Cambuci, tornaram-se uma das influências mais importantes na cena paulistana, ajudando a definir um estilo brasileiro de grafite. São Paulo esta entre os três principais centros de produção de grafite do mundo. Muitos grafiteiros são famosos, mas o que diferencia essa dupla dos demais é seu traço único de cores fortes e desenhos ousados.
Muitas indústrias perceberam o valor e o poder desses artistas e passaram a usar a estética do grafite em campanhas publicitárias exemplo: Nike, Puma, Nescau.
Conhecidos em várias partes do mundo seus trabalhos estão em diversos países como:
Estados Unidos, Inglaterra, Grécia, Cuba entre outros.
Um trabalho importante que teve grande repercussão na mídia foi a pintura da fachada Tate Modern, de Londres para a exposição Street Art.
E “a pintura feita na parede externa do castelo de Kelborn, em Ayrshire, Escócia, da exposição” Street Art. Brazil



(fotos: 1. fachada do prédio do MAM/SP - arquivo pessoal / 2. extraído do site: http://www.dialogosuniversitarios.com.br/pagina.php?id=3286)

Video que mostra a exposição do Gêmeios com o título: "O peixe que comia estrelas cadentes"






Autora: Carla Egami