terça-feira, 19 de outubro de 2010

Das ruas de São Paulo para as ruas do mundo



Dentro dos múltiplos olhares sobre São Paulo, não poderia deixar de falar de algo que faz parte da cultura e da vida cotidiana do paulista e seus imigrantes. Pobres ou ricos, pois está à disposição de todos.
Dentro de seus veículos pessoais ou urbanos, olhares curiosos se voltam para as mais belas exposições de artes plástica do mundo, e melhor não pagam nada.
A arte está aí para todos só. Não vê quem não quer. Só não sente quem não vive.


É impossível andar pelas ruas da capital de São Paulo e não enxergar algumas obras primas realizadas muitas vezes por autores desconhecidos.
Arte discriminadas por alguns e aplaudidas por outros, pois a linguagem é pessoal e aqueles que de fato reconhecem o surgimento de um novo artista saberá interpretar a obra de um gênio.
Estamos falando do grafite, que durante muito tempo foi visto como vandalismo, como um assunto irrelevante.
Atualmente o grafite já é considerado como uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente da arte urbana ou street art.
O artista aproveita os espaços públicos para interferir na cidade de forma intencional.
Mas para alguns, ela vista apenas como pichação que é completamente diferente desvalorizando o valor artístico do grafite.
Dentre tantos artistas que o Brasil possui iremos falar de uma dupla de irmãos que desde 1987 vêm mostrando ao mundo essa linguagem tão rica.
Os Gêmeos, como são conhecidos, cujo nomes reais são Otávio e Gustavo Pandolfo, gêmeos idênticos nascidos em 1974, formados em desenhos de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos.
Começaram a grafitar no bairro em que nasceram no Cambuci, tornaram-se uma das influências mais importantes na cena paulistana, ajudando a definir um estilo brasileiro de grafite. São Paulo esta entre os três principais centros de produção de grafite do mundo. Muitos grafiteiros são famosos, mas o que diferencia essa dupla dos demais é seu traço único de cores fortes e desenhos ousados.
Muitas indústrias perceberam o valor e o poder desses artistas e passaram a usar a estética do grafite em campanhas publicitárias exemplo: Nike, Puma, Nescau.
Conhecidos em várias partes do mundo seus trabalhos estão em diversos países como:
Estados Unidos, Inglaterra, Grécia, Cuba entre outros.
Um trabalho importante que teve grande repercussão na mídia foi a pintura da fachada Tate Modern, de Londres para a exposição Street Art.
E “a pintura feita na parede externa do castelo de Kelborn, em Ayrshire, Escócia, da exposição” Street Art. Brazil



(fotos: 1. fachada do prédio do MAM/SP - arquivo pessoal / 2. extraído do site: http://www.dialogosuniversitarios.com.br/pagina.php?id=3286)

Video que mostra a exposição do Gêmeios com o título: "O peixe que comia estrelas cadentes"






Autora: Carla Egami

Realeza e Pobreza lado a lado





A foto acima, mais uma vez, retrata a precária realidade da população de Paraisópolis. Como podemos observar na foto, a desigualdade social esta visivelmente presente na vida desse povo.
Em um mundo que gira em torno do capitalismo é evidente a presença de duas realidades tanto financeira, quanto condições de vida em geral. A diferença gritante entre essas duas classes parece estar se tornando algo comum, aonde conviver com moradores de rua, na rotina do dia a dia parece ser o mesmo que passar por uma praça ou um monumento que se encontra sempre presente. Além de moradores de rua, as moradias pobres, também conhecidas como favelas, parecem já fazer parte do mapa das cidades, talvez a ideologia do capitalismo presente através dos anos, fez com que a sociedade considere normal que para que uns se tornem mais ricos, outros devem tornar-se mais pobres, e é através dessa balança de fatores que o mundo de hoje é movido.

São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil, sendo o principal centro financeiro, mercantil e corporativo da América Latina. É considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). Porém por detrás de todos esses méritos, São Paulo é um local onde visivelmente encontramos alto nível de desigualdade social, isso nos faz pensar que como tendo tais qualificações, a cidade pode aceitar o tipo de diferença observado na foto acima, onde duas realidades tão distintas convivem tão próximas? No sistema capitalista, a porcentagem de pessoas que possuem uma boa condição financeira é muito baixa, quando comparada com a classe menos favorecida economicamente; isso resulta em níveis alarmantes de desigualdade de rendas. À desigualdade gera diferenças, gera falta de oportunidade, gera condições em que sem escolha, pessoas passem a morar em favelas, entrem para a vida da criminalidade, já que essa população desfavorecida não consegue viver ou até mesmo usufruir das mesmas coisas que uma classe economicamente favorecida possuiu.


A parcela da sociedade que é marginalizada, por não possuir boas condições de moradia, emprego, educação e saúde, é quem está mais relacionada com a violência e a criminalidade, já que a própria marginalização ou a diferença é um fator que por si só é gerador de violência, insatisfação e tentativa de mudar sua própria realidade.

Aceitar a desigualdade e considera-la como uma peça do quebra-cabeça que compõe a sociedade atual, é de certa forma continuar a influenciar a violência e as diferenças entre pessoas que são consideradas menos importantes ou privilegiadas apenas por não possuírem status financeiro, devemos primeiramente tornar comum na consciência da população, a igualdade entre as pessoas e aprender que todos são iguais perante qualquer coisa, somente a igualdade social é geradora da melhoria econômica, educacional, política e sociais para um país ou cidade que deseja ter o status de globalizada.

Autora: Ana Carolina Magro